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Tempo Adolescente Como Oscilação Pendular na Constituição do Sujeito

Aos meus filhos
Renata e Lucas,
que em seus movimentos
pendulares,
reeditam meu
tempo... adolescente.

MARIA LUIZA ANDREOZZI

Artigo publicado na Revista PSYCHÉ do Centro de Estudos de Psicanálise da Universidade São Marcos, São Paulo, ano V, volume 8, 2001.


O tempo “adolescente” surge para mim por meio da escuta do sujeito que fala de seus movimentos de idas e vindas, desenhando um percurso recortado por vicissitudes que vão expressando sua estrutura constitutiva. A segunda cena, remetida a uma busca de sentido para os significantes da cena infantil. Destacadamente a adolescência está implicada neste movimento. Porém, dado que o sujeito está sempre envolvido nesta movimentação, então como situar a constituição do sujeito, ou sua estrutura constitutiva? Qual o percurso de sua constituição, uma vez que o sujeito parece estar sempre se constituindo por meio das vicissitudes em que vive? Ou está se re-constituindo na possibilidade sempre fantasmática da cena infantil...?

Estas questões me fizeram pensar no tempo da adolescência. Parece-me que algo acontece aí, marcado por inscrições delineadas num tempo anterior (infância), construindo um estilo de constituição psíquica, uma forma de funcionamento psíquico. Parece-me também que as inscrições originais, neste momento, se articulam e produzem condições estruturantes que possibilitam a existência de movimentos psíquicos, permitido e viabilizando a existência do sujeito.

Bom, mas por que a adolescência? Acompanhando o movimento dos adolescentes em diferentes situações, noto que suas manifestações se expressam por rupturas, afastamentos de uma forma de viver que parecia instalada, convivendo com um retorno a estas estabilidades e as requerendo quando estão ausentes. Por outro lado, ele critica sua própria forma “adaptada” de vida, ou a infância, buscando construir sobre ela e a partir dela diferentes possibilidades alternativas que vislumbra para seu futuro enquanto virtualidade imaginada. Embora estas manifestações não sejam exclusivas do momento adolescente, acredito que a vivência adolescente, inscrita entre o passado e o futuro, produz um movimento pendular amplo, entre rupturas e conciliações, e insere o sujeito num tempo presente em que é exposto a elaborar um tempo passado. Passado, infância nos quais ele foi inscrito pelo desejo de outro. Um tempo anterior - pretérito perfeito? Pretérito imperfeito? Pretérito mais-que-perfeito? Um pretérito diante de um futuro do pretérito... Ou seja, o percurso da lógica do tempo num tempo lógico que busca representação. Um tempo passado em que o sujeito foi desejado sem saber, pois um suposto saber sobre o desejo que o inscreveu pertence a seus pais, ou melhor, à sua filiação, ao lugar que onde foi gerado. Um lugar que neste momento lhe aparece como estranho, eclipsado, ora familiar, ora estranho, pois nesse sentido o sujeito está sempre remetido a um limite, a um não saber. Por este motivo o adolescente vai re-ver suas inscrições, dentro do movimento pendular amplo em que vive, localizar pontos por onde este pêndulo possa passar, transitar, viajar, escolhendo os pontos de vista preferidos, imaginando sobre estes, outros etc...

Mesmo não sendo este movimento exclusivo do adolescente, parece que a especificidade do adolescente reside nas possibilidades estruturantes de escolha no sentido de marcar uma direção, um percurso de movimentos que sua inscrição estruturada permite. Ele está preso a uma inscrição, a um fio que o segura; no entanto, este fio passa por oscilações, movimentos variados, dependendo por exemplo do ponto onde está pendurado, do tamanho do fio que o prende ao ponto onde o fio está preso etc. Nestes passeios pendurado ao fio ele pode olhar, por exemplo, para o lugar onde o fio está preso, para o ponto onde ele está preso no fio, para os diferentes lugares por onde o fio em que está preso lhe conduz. E, dependendo da distância entre o ponto onde está pendurado no fio e onde o fio está preso, este olhar pode ser mais acessível para um determinado lugar, ou outro; ou mesmo não, pois sua posição no fio pode não lhe facultar estas diferentes direções...

Se antes ele dependia do movimento do fio para se movimentar, mesmo produzindo ali balanceamentos próprios, agora ele pode se utilizar do fio de modo a se movimentar para onde deseja - movimentar seu desejo no fio, movimentando o fio no ritmo de seu desejo... Este movimento lhe imprime uma direção marcada pelas escolhas que faz. Desenha um percurso, percurso para se tornar sujeito de seu desejo. Impulsionado pelas ondas da oscilação e pela oscilação das ondas... o adolescente se encontra entre o desejo de permanecer no fio e/ou cortá-lo. A questão seria então de um trajeto desejante de habitar um novo território - o corpo adulto sexualizado.

“Pode ser considerado típico da escolha de um objeto que o processo é difásico, isto é, que ele ocorre em duas ondas. A primeira delas começa entre as idades de dois a cinco anos, e se interrompe ou regride durante o período de latência, é caracterizada pela natureza infantil dos objetivos sexuais. A segunda onda se instala com a puberdade e determina o resultado final da vida sexual.” (Freud, 1905; 206; grifos meus).

Aí acredito, acompanhando Freud, que reside uma especificidade do momento adolescente e tentando apanhá-la diria que ocorre nesta vivência uma turbulência intensa na viagem que ele faz pelo fio que o prende... em busca de um território para habitar. Não seria esta a natureza mesma do drama humano? O adolescente pode inclusive escolher a permanência neste movimento, repetindo-o, como quando brincava de se balançar na infância, sem se ater a pontos onde repouse o movimento... a escolha; para daí produzir movimentos transformadores. O adulto parece ter muitos pontos para repousar seu movimento, tornando-o mais delimitado. No entanto, parece-me que quando o adulto é impulsionado por movimentos intensos e turbulentos em sua viagem, deslocando-se dos pontos de repouso, é porque re-vive o momento adolescente...

Isto me faz pensar que a adolescência introduz o sujeito na escolha de seu objeto de desejo, afastando-se de objetos de satisfação infantil, por meio de deslocamentos que os retomam de modo transformado. E, independente da idade, quando o sujeito é remetido a re-ver suas escolhas, é remetido de algum modo ao tempo adolescente, tempo lógico da adolescência, tempo no qual reescreveu sua origem numa escolha de direção de percurso, que agora é sacudido por um não sentido - significante - dessa escolha.

“Com a chegada da puberdade, operam-se mudanças destinadas a dar à vida sexual infantil sua forma final normal. A pulsão sexual fora até então predominantemente autoerótica; encontra agora um objeto sexual. Sua atividade até o momento partia de zonas erógenas singulares, que, independentemente umas das outras, buscavam um prazer único de qualidade sexual. Agora é dada nova meta sexual; para alcançá-la todas pulsões parciais cooperam, de modo que as zonas erógenas se subordinam ao primado da zona genital”. (Freud, 1905; 213).


Tempo Adolescente - Interrogação no Ideal do Eu: Entre a Escolha do Sintoma e o Sintoma da Escolha


Nas situações em que acompanho adolescentes, vejo que eles suspendem escolhas ancoradas diretamente nos ideais parentais, suspendendo os próprios pais de seus ideais. Provocam neles uma turbulenta crise de percurso que os remete ao seu tempo adolescente.

Ao suspender escolhas ancoradas nos ideais dos pais, o adolescente suspende, deixa de lado os objetos constituídos nas identificações parentais que costuravam o buraco da falta - a castração constitutiva do sujeito. Suspenso estes objetos e estas identificações (do ego ideal constituído no estádio do espelho e ideal de ego, resultante do efeito da castração), o adolescente se encontra com o vazio da castração. Esta falta é que impulsiona seu desejo... seu movimento. Nos momentos em que a turbulência é intensa, ele até retorna aos ideais parentais, para repousar aí seu movimento. O que está em jogo aí me parece que é a reavaliação da perda de objetos infantis de satisfação, sustentada pelos ideais paternos com os quais o adolescente foi investido, ou seja, pendurado no fio, e que o constitui.

O que se encontra em declínio, para ser revalidado ou não, é a função paterna. O Adolescente vai testar a eficácia da função paterna. Neste sentido é que o momento da adolescência marca um outro tempo - tempo lógico do après-coup - na constituição do sujeito.

Aí está em jogo a perda da satisfação sexual infantil, e o adolescente a traz presente em sua angústia. Falando em perda, falta, vazio, fala-se de castração; angústia da castração. E diante dela é que as oscilações se produzem em busca de um objeto de satisfação que possa obturar o vazio e repetir a satisfação infantil perdida. O movimento é então de busca do objeto do desejo, que impulsiona o sujeito constituído no desejo dos pais a constituir-se como sujeito do seu desejo. Dito de outro modo, o que está em jogo é uma operação de resgate da satisfação infantil diante do impacto conflitante de sua frustração, porque o adolescente sabe que não é mais criança. Como pode então buscar a “mesma” satisfação? Encontra-se num impasse entre a regressão e a transformação. Como investir em objetos de desejo que conservem e transformem o objeto infantil e incestuoso de desejo? Ou que posição ocupar como sujeito desejante no fio que o sustenta?

Neste processo está implicada a posição que o adolescente ocupou quando criança, como objeto de desejo dos pais, inscrita nas identificações desta criança com seus pais e com os ideais destes. O quanto a criança representou para o pai e para mãe um objeto de satisfação, no sentido desta criança ter sido aí pendurada a um fio, a uma distância entre onde ela está presa nele e o ponto onde o fio está preso, e se esta distância ocorreu. Esta distância marca um lugar no qual a criança foi constituída e uma distância (vazio) entre ela e os pais que agora pode aparecer. Marca também quanto o adolescente (e os pais) podem suportar este vazio (castração). O significante (falta de sentido) se introduz aí movimentando o desejo de busca de sentido para a falta, em busca de um objeto (fálico) que represente a falta, o vazio ocupado por esta distância entre ele e seus pais.

“O afeto de uma criança por seus pais é sem dúvida o traço infantil mais importante que, após revivido na puberdade, indica o caminho para sua escolha de um objeto, mas não é o único”. (Freud, 1905; 235)

Estes afetos produzem marcas, posições da criança pendurada no fio de sua constituição, demarcando na adolescência um quantum de suspensão de escolhas ancoradas nos ideais parentais serão possíveis, como estas podem ser suspensas e inclusive se podem ser suspensas, mesmo que o adolescente as conteste. O tempo de suspensão dos ideais parentais, ou crise de identificações, está então atravessado por um tempo anterior que reaparece agora. Tempo onde foi constituído o Édipo deste sujeito adolescente e de como esta vivência edipiana o constituiu, o inscreveu, inscrevendo nele uma posição diante da castração. A adolescência coloca o sujeito num reencontro com a perda do objeto da satisfação infantil e na busca de repetir esta satisfação. Ele busca novos objetos na medida que aqueles objetos produtos das identificações parentais na infância que continham a promessa de satisfação acham-se em questão, dado que de uma forma mais ou menos explícita ele os interroga. E ele interroga por encontrar nestes ideais parentais limites de satisfação. Ou seja, por encontrar-se com os limites da satisfação sexual ou com a impossibilidade desta satisfação contemplar tudo o que dela imaginava. Então a adolescência também se apresenta como uma perda de objeto amado... uma desilusão amorosa, melancólica.

“É a conservação do objeto que garante a segurança do eu” (Freud, 1923; 70)

A oscilação pendular do adolescente acontece diante da perda do objeto antes amado, objeto este que dava sustentação para seu “eu”. Ele oscila buscando suportes para esta perda, para esta separação, buscando delinear movimentos que possam dirigir a escolha para outros objetos.

“Há, portanto, bons motivos para que uma criança que suga o seio da mãe se tenha tornado o protótipo de toda relação de amor. O encontro de um objeto é, na realidade, um re-encontro dele”. (Freud, 1905; 229).

O fracasso ou fragilização dos ideais parentais tem efeitos na repressão, fragilizando-a, ou fracassando-a, fazendo com que os objetos de amor incestuoso retornem, ou sexualizando a busca de novos objetos nos moldes da primeira relação de amor com a mãe. Pois quando a criança aceita a castração, isto é, o que não pode ser ou fazer hoje, o faz em função do que espera ser e fazer no futuro, promessa esta inscrita nos ideais parentais. À medida que os ideais parentais são interrogados por meio da cobrança da promessa neles inscrita nos ideais parentais, a repressão também o é, ficando assim, também suspensa... em busca de sua eficácia...

“É aqui o momento de um trabalho máximo da relação, contraditória e necessária, entre processos identificatórios imaginarios constitutivos do eu:
- que encontram um prolongamento nos modelos de conformidade do eu ideal
- e a emergência do sujeito de um desejo próprio através de uma pulsionalidade em busca de meios efetivos, os quais dependerão em primeiro lugar deste operador psíquico chave que é o ideal do eu”. (Penot, 1995; 34)

Os ideais parentais são interrogados porque não há como cumprir uma promessa de completa satisfação, ou de uma satisfação que repita a satisfação original infantil; não há objeto que obture na totalidade o vazio. É com esta falta que o adolescente se encontra. Ele se encontra com a impossibilidade de satisfação completa do ser humano, com seus limites, com suas faltas, vazios... com a privação humana... expressa nas faltas, limites e vazios dos ideais parentais.

Nesse sentido é que o adolescente em seu movimento turbulento interroga a sociedade, a cultura, a escola, os professores, os valores, os direitos, os deveres, a moral... sendo incômodo, porque incomoda em todas relações, uma vez que remete o outro à sua falta constituinte e incompletude. Ele aponta a ferida narcísica existente em todos nós.

Estando o recalque suspenso, o adolescente faz variadas e diferentes investidas, remanejando sua posição no fio da filiação que o constitui. Então ele se encontra com os restos e os fantasmas destas inscrições, interrogando, isto é, produzindo vazios, a todos e em tudo, de diferentes formas, nem que seja por sua aparente ausência ou intensa participação. Ele interroga e investiga sobre a possibilidade e as alternativas da completude da satisfação... Intensifica-se nele o desejo e a demanda. Seu eu está em conflito entre a busca (regresso) de objetos incestuosos de satisfação infantil e a proibição dos mesmos; entre uma perda desses objetos e a não satisfação completa em buscá-los nos ideais parentais. Desse modo o eu adolescente sofre pressões conflitantes da libido do id e do superego, vivendo o que Freud denominou como “sentimento inconsciente de culpa”.

“Poderíamos traduzir a ‘expressão sentimento inconsciente de culpa’ por ‘necessidade de ser castigado por um poder parental’. Agora bem sabemos que o desejo de ser golpeado por um pai, tão freqüente em fantasias, está muito relacionado com outro desejo, o de entrar numa vinculação passiva (feminina), que não é mais que uma desfiguração regressiva deste último”. (Freud, 1924; 211)

E Freud nos contou as dificuldades que o sentimento inconsciente de culpa traz para o tratamento psicanalítico, no caso, para o movimento adolescente, instalando o sujeito numa satisfação da enfermidade, ou num estado de gozo, como o denomina Lacan. Acredito que os conflitos vividos pelo adolescente em seu movimento pendular podem instalar nele um sentimento inconsciente de culpa, capaz, segundo Freud, de:

“Obrigá-lo a fazer coisas inapropriadas, a trabalhar contra seu próprio benefício, a destruir as perspectivas que se abrem para ele no mundo real e finalmente aniquilar sua própria existência real” (Freud, 1924; 211)

Esta mistura das pulsões (de vida e de morte) provocada pela fragilização do recalque, conduzida a uma regressão (repetição), pode por um lado sexualizar os objetos encontrados por meio de uma atuação predominante da pulsão de morte, ou provocar a pulsão de vida em busca de novas ligações, novos percursos.

Este processo, atravessado pela repetição da pulsão de morte, também possibilita o adolescente re-inscrever sua posição no fio da filiação, escolhendo pontos para repousar seu movimento e dirigir sua trajetória. Mas a re-inscrição depende da eficácia da função paterna em sustentar re-inscrições... Aí o adolescente remete sua crítica e demanda aos ideais paternos, buscando o quanto estes são capazes de sustentar suas investidas, suas produções, seus movimentos no fio. Enfim, o quanto o fio que o constituiu o sustenta, agora que inclusive ele tem mais peso... Pois, sustentado por estes ideais é que poderá re-inscrever-se, ressignificar-se, fazer escolhas, expressando-se como sujeito de seu desejo. Esse percurso o conduz a uma crítica e demanda social, pois os ideais paternos estão sustentados pela cultura e como ela se expressa no tempo histórico da sociedade. E nesse momento a eficácia paterna será maior ou menor, dependendo de como se apresentam os ideais sociais que inscrevem e sustentam a função paterna... O momento da adolescência e seus desenhos se dirigem ao fim e ao cabo a uma interlocução social e cultural possível de sustentar novas reinscrições...

Nesse sentido a adolescência é um segundo momento de constituição do sujeito, posto em relação a um primeiro que lhe inscreveu um “eu” (infância, ou primeira cena). “Eu” esse a partir do qual ele pode se posicionar dizendo “eu não quero ser esse eu”. A adolescência é então um movimento de negação de um “eu” estranho ao sujeito. Um certo “eu” do outro, que o adolescente nega. Tempo de negação... para a constituição de um terceiro tempo - a negação da negação ou re-construção.

“Certamente é o momento em que se modifica seu olhar sobre os pais. Se, eventualmente, estes podiam, no período de latência, funcionar para a criança como modelos ideais, subitamente ela os descobre em sua encarnação, descobre-os em carne e osso, em sua sexualidade - e eu nada mais faço então do que encontrar e retomar aquilo que o fantasma original tinha referido como circunstância de instauração - descobrindo-os também em seus limites. Conhece-se a freqüência, naquele momento, do ressurgimento no romance familiar, da idéia que não se pertencia a essa família, que se teria vindo de algum outro lugar”. (Melman, 1995; 11-12).

Uma negação que produz uma viagem para terras não conhecidas, não familiares, onde o adolescente percorre os recantos de seu “eu” estranho, começando pelo tecido que cobre seu corpo e que se estende ocupando uma dimensão maior no espaço, embaraçando-o em certas praxias. Percorre seu órgão genital que agora lhe surge provocador, capaz de gerar filhos, de fazer uma filiação; e o interroga, interrogando-se: “como usá-lo de modo pleno e satisfatório? Há limites para as investidas sexuais? Tais investidas valem a pena?” O que ele interroga é quanto a sociedade e a cultura em que vive pode sustentar suas reinscrições, oferecendo-lhe suporte.

A ancoragem na qual ele representava outrora seu corpo infantil é rompida e com ela as representações outras decorrentes destas... O adolescente é lançado a buscar novas representações para os vazios nos quais se encontra. Nesse percurso de busca de satisfação plena, repetindo a busca do prazer original perdido, o adolescente vive um luto, luto do corpo infantil, dos objetos infantis e investe no “eu” como seu próprio objeto de satisfação narcísica. Pode se isolar do mundo, na medida em que este não corresponde ao que imagina (crise do imaginário), por lhe apresentar perdas, fechando-se assim por horas em seu quarto; pode fazer investimentos em objetos, mas destacadamente em objetos que valorizem seu “eu”, objetos narcísicos que imaginariamente lhe dão poder fálico - o que lhe falta; pode detestar seu “eu” e se culpar por não saber manter os objetos de satisfação, de amor; pode odiar o mundo, por culpá-lo das faltas existentes, por tê-lo afastado de seu objeto de amor; pode se descompensar se psicotizando... na quebra do fio. Nestas possibilidades estruturantes de remanejamento, se reposiciona em sua estrutura constitutiva.

"Constatamos que na puberdade quando as pulsões sexuais, pela primeira vez, fazem suas exigências com toda sua força, os velhos objetos incestuosos familiares são retomados mais uma vez e novamente investidos com a libido. A escolha objetal infantil era apenas uma escolha débil, mas já era um começo que indicava a direção para a escolha objetal na puberdade. Nesse ponto se desenrolam processos emocionais muito intensos “que seguem a direção do complexo de Édipo ou reagem contra ele, processos que, entretanto, de vez que suas premissas se tornaram intoleráveis, devem, em larga escala, permanecer apartados da consciência. Dessa época em diante, o indivíduo humano tem que se dedicar à grande tarefa de desvincular-se de seus pais e, enquanto esta tarefa não for cumprida, ele não pode deixar de ser uma criança para se tornar membro da comunidade social”. (Freud, 1916, 1917 ; 306, 307 grifos meus).

O movimento pendular da adolescência oscila sobretudo entre a libido de objeto e a libido do eu, nas bordas dos buracos que encontra, desenhando traços estruturantes de seu funcionamento psíquico, isto é, um estilo de economia libidinal entre os sintomas que faz, do sintoma de sua origem, e as sublimações possíveis.

O que fazer com os conflitos entre as intensidades de afeto e suas representações diante da repressão? Dito de outro modo: como re-inscrever seu ideal de eu inscrito nos ideais paternos de sua filiação constitutiva; ou como re-inscrever o nome do pai, como fazer metáforas do nome do pai de modo a não ocupar um lugar incestuoso? Ou não fazê-las? Negá-las? Excluí-las? Sobre este impasse diante da repressão diz Freud:

“Sabemos que os sintomas neuróticos são o resultado de um conflito que se libera em torno de uma nova modalidade de satisfação pulsional. As duas forças que se antagonizam voltam a coincidir no sintoma; se reconciliam, por assim dizer, graças ao compromisso da formação do sintoma. Por isto o sintoma é tão resistente; está sustentado de ambos os lados. Sabemos também que uma das partes envolvidas no conflito é a libido insatisfeita, não aceita pela realidade, que agora tem que buscar outro caminho para sua satisfação. Sim, apesar de que a libido está disposta a aceitar outro objeto em lugar do denegado (frustrado), a realidade permanece inexorável, e a libido ver-se-á finalmente precisando empreender o caminho da regressão e aspirar satisfazer-se dentro de uma das organizações já superadas ou por meio de um dos objetos que resignou antes. No caminho da regressão, a libido é cativada por uma fixação que tinha ficado para trás nos lugares de seu desenvolvimento”. (Freud, 1916, 1917; 326-327 - grifo meu).

As oscilações do movimento passam por muitos meandros, caminhos sinuosos, alguns insistentes, outros mais tímidos. Este percurso é o percurso do sujeito se constituindo em seu desejo, questão que está sempre presente, insistentemente, e retorna em cada perda, mesmo nos adultos. Como suportar a emergência de novos significantes, vazios... de significado... pedindo significações. Atravessando o fantasma que o vazio produz, o adolescente pode produzir sintomas:

“O sintoma se engendra como um retorno do cumprimento do desejo libidinal inconsciente, desfigurado de maneira múltipla, é uma ambiguidade escolhida engenhosamente provida de significados que se contradizem por completo entre si” (Freud, 1916, 1917; 328 - grifo meu)

Diante do conflito introduzido pela repressão entre as intensidades de afeto e sua representação, o ego é provocado. No adolescente o ego é provocado pelas intensidades pulsionais que emergem de seu próprio corpo em mutação. Mas o estofo que o mantinha, constituído pelo seu ideal de ego, não é suficiente para representá-las. O ego desse modo investido pela libido é pressionado a buscar satisfação. Mas o ideal de ego, o superego necessariamente não a permite de uma forma imediata, uma vez que através dele o recalque funciona. Dessa forma é que o adolescente se confronta com a castração, e interroga o ideal de ego. Na medida em que não houver sustentação para esta interrogação é que o ideal de ego estará fragilizado, e com ele o próprio ego e o recalque. Por esta fragilização, ou mesmo fracasso do recalque inscrito no fracasso do ideal de ego, os conteúdos recalcados retornam ao ego. Este, por sua vez, se defendendo para sustentar as emergências conflitantes pode produzir os sintomas como formações de compromisso, produzindo no adolescente um movimento de percurso onde pode se instalar a neurose adulta. A fragilização do ideal de ego se dá na medida em que este não oferece alternativas para os conflitos, ou seja, conteúdos passíveis de representações do desejo que inscrevam escolha de objetos distanciados dos objetos infantis incestuosos. Nesse sentido é que o recalque também se fragiliza posicionando o adolescente regressivamente e convivendo com o retorno dos conteúdos reprimidos. Os conteúdos reprimidos que retornam produzem para o adolescente novas interrogações quanto a validade do estatuto do superego, enfim, da cultura e da filiação em que está inscrito. Ele busca suporte para suas possíveis ressignificações, reinscrições. Demanda sustentação para fazer a travessia pela castração, pela falta, por meio de uma re-inscrição simbólica que possa ser eficaz a ponto de afastá-lo dos objetos infantis de satisfação, de modo que essa falta possa ser representada por objetos da cultura, proporcionando-lhe um quantum possível de satisfação, mesmo que nunca seja plena. O adolescente busca na cultura objetos valiosos pelos quais possa se resignar com a falta, nos quais possa representar seu desejo fortalecendo o ideal de ego e se constituir sujeito de seu desejo.

Enquanto interroga sua libido dirige-se em busca da repetição da satisfação original e plena, retornando para o ego, que neste percurso se fortifica, investindo em objetos, sim, mas que retornem para a satisfação egóica, defendendo-se da castração. O ego então pode se transformar em objeto no qual ele busca satisfação narcísica. Ele ama nesse momento a si próprio, narcísica e melancolicamente, dada a perda de objeto de amor infantil. Pois fora de si próprio lhe espreita um estranho e amedrontador re-encontro com a castração, com a frustração de não encontrar objetos de satisfações infantis; ou seja, ele se encontra com a impossibilidade do tudo, da plenitude, e talvez de insígnias de valor que possam operar a transformação, o deslocamento desses objetos castrados para outros de sua escolha. Assim sua vivência viaja por fantasmas que povoam um imaginário em crise na busca de um tempo perdido, conflitado demandando significados... demandando a eficácia de um registro simbólico em que possa se re-inscrever.


Sintoma no Adolescente Como Sintoma Social

Podemos pensar que se o tempo adolescente implica numa narcisização, num momento de retorno no processo de constituição do sujeito semelhante àquele da “borboleta” presa ao seu próprio casulo, para depois sair borboleta. Mas o humano não é borboleta, está privado de casulo, embora teime em fazer UM, constitui-se na falta de UM...

O narcisismo constitui e é constituído pelo ego. Tem, portanto, um modo de funcionamento egóico. O ego é uma ficção necessária, consciente e pragmática para adaptação ao mundo. Busca uma unidade de completude para manter representações imaginárias no sentido de proteger o humano de sua experiência inicial de desamparo, de precariedade. Organiza-se como defesa contra o trauma do desamparo que provoca angústia, conflitos diante das emergências inconscientes - do não saber - da falta constitutiva do sujeito. Nesse sentido é conservador. O ego revela o sujeito, mas não é o sujeito (do inconsciente). Diante de situações que o ego avalia como perigosas para sua manutenção, entra em cena acionando defesas, automatismos de preservação, de repetição do mesmo.

Ocorre que a condição do sujeito na cultura é uma condição de mal estar, criadora de vicissitudes, de ameaças, na qual a precariedade e o desamparo do sujeito se encontram sempre emergentes. Ou seja, a falta constituinte do sujeito do desejo implica nesta condição. E esta por sua vez implica na construção da cultura como inscrição do desejo, mas desejo sempre emergente... impossível de ser realizado... Nesse percurso é que o sujeito se inscreve como desejante, senão seria anulado, eclipsado.

No entanto, a cultura pós-moderna instalada na cadeia da razão iluminista, egóica e narcísica, responde de modo empírico, científico e pragmático ao desamparo humano, com a promessa do “bem estar social”! (sic). Ela manipula o desamparo humano fetichizando-o com os objetos de consumo, em nome de uma vida “saudável”. Não mediatiza a realidade existente, tomando-a somente em sua instância normativa, lisa, sem relevos, no imediatismo aparente das imagens. Submete a falta num círculo metonímico de imagens que se sucedem numa repetição sem limites, sem contenção; mantendo o sujeito infantilizado.

Esta cultura, como diz J. Freire Costa (1988), “maximiza o real ou imaginariamente os efeitos da necessidade (Ananké) forçando o ego a automatismos de preservação”, caracterizando-se como cultura do narcisismo. Fragiliza a função paterna naquilo que a constitui enquanto lei que proíbe o incesto; reprimindo pulsões incestuosas e perversas para que estas se transformem, se inscrevendo no registro simbólico da cultura (Outro) com uma quantidade de resignação para aceitar aquilo que não pode, ou seja, uma dose de insatisfação, em troca de uma dose de satisfação (não plena obviamente) com o que é possível. A cultura do narcisismo não aceita nenhuma dose de insatisfação, fracasso, conflito e angústia emergentes do sujeito. Quando isto ocorre, deve der evitado, corrigido, eliminado; ou oculto, projetando o sucesso para o futuro... O que é este processo senão alimentador das defesas narcísicas do ego e dissimulador das impossibilidades de uma satisfação humana que seja plena, ou seja, sem uma dose de frustração e perdas?

Acontece que deste modo a própria vida social fica difícil, a alteridade sempre traz uma dose de incômodos... de insatisfação. Dentro da lógica narcísica, para evitar este incômodo tem-se também que evitar o outro. Assim assistimos na pós-modernidade a ostracização do sujeito, seu enclausuramento em mônadas individualizadas, pairando no o ar... A busca é pelo prazer imediato, fixado num presente contínuo no qual o ego não ousa se transformar em ideal de ego. Um presente sem futuro ou um futuro sem presente, porque não há o que diferencie, discrimine prazer de desprazer. Há na cultura do narcisismo um tempo só, o da infância edipiana. Este funcionamento faz com as “relações” se reduzam a encontrar no “outro” a imagem de si mesmo e assim a satisfação... de “um mesmo”.

Chamando para este texto Chistopher Lach e com ele as insígnias oferecidas pela cultura do narcisismo, vemos que a referência de inscrição de um imaginário sócio-cultural no qual o adolescente do presente está filiado o reduz a UM “Mínimo Eu” da sobrevivência, no qual lhe são oferecidos “objetos” de consumo, pelos quais a falta que o constitui possa vir a ser preenchida, satisfazendo-o. Sua escolha fica excluída. Portanto ele se satisfaz virtualmente; o que eu entendo como uma satisfação imaginária, sem escolha, em que as perdas ficam ocultas por meio dos buracos cinicamente preenchidos. Neste contexto, a interrogação do adolescente fica entorpecida e aparentemente esquecida, e enquanto isto a emergência do sujeito constituído por seu desejo também.

A interrogação do adolescente é, ao fim e ao cabo, uma pergunta sobre o que sustenta e fundamenta os laços sociais constituídos. Esta pergunta implica num encontro da sociedade com seus vazios, seus furos... e, talvez com a re-inscrição da mesma... Nesse sentido a pergunta que o adolescente faz é uma pergunta ética. Ele interroga a ética social e cultural, interroga os fundamentos da cultura, ou seja, o fio que o sustenta. E parece que tal interrogação está fora dos propósitos da cultura do narcisismo. Pelo contrário, é esta interrogação que ela procura evitar. As insígnias desta cultura não sustentam re-inscrições, e sim repetições, se instalando como uma cultura do sintoma, mais além do sintoma da cultura...

O adolescente, filiado a ela, encontra poucas alternativas para re-inscrições e muitas para interrogá-la e repeti-la. Mas se, ao interrogá-la, a cultura do narcisismo lhe oferecer respostas imediatas, instrumentais e pragmáticas para uma aparente satisfação, entorpecendo o vigor desejante das perguntas e de seu percurso de busca, ele fica sem escolha, pois a cultura como sintoma é a alternativa que lhe é possível ao fim e ao cabo.

Decorrem daí dois desdobramentos: num deles se instala o sintoma, no sentido colocado acima por Freud, e acompanhado por nós num cotidiano da violência, do cinismo, da impunidade, da manipulação das escolhas utilitaristas... das pulsões perversas não recalcadas; um outro, também na linha do sintoma, porém numa outra versão, implica em que as gerações daqui para frente farão as interrogações com maior força e insistência, até violentamente como começamos a perceber em certas ocorrências criminais de violência, nos quadros de pânico, depressão, utilização de drogas etc entre adolescentes de todas as condições econômicas.

Acredito, no momento, que na singularidade com que cada adolescente faz sua travessia pelo fantasma que o constitui, por meio das oscilações pendulares que produz, está presente a pergunta QUE VUOI?, extensiva a todos nós singular e socialmente; e que na produção dos sintomas de todos nós, mas destacadamente do adolescente, se encontram os núcleos dos sintomas da sociedade e da cultura em seus diferentes tempos.


A educação...

A educação no seio de uma cultura narcísica se apresenta obviamente narcisizada. As propostas e modelos educacionais existentes se colocam do lado afirmativo e positivado na obtenção da satisfação do sucesso e da evitação dos conflitos, diferenças, fracassos e angústias.

O que o professor faz, mesmo em escolas que se dizem piagetinas, são planejamentos, mesmo antes de conhecerem os alunos. O que cabe aos alunos neste contexto? Adequarem-se ao que o professor imaginou sobre eles e elaborou em seu planejamento. O que o professor imagina do aluno? Em última instância que este aluno seja objeto que encubra e obture sua falta (castração), satisfazendo-o; ou seja, devolvendo-lhe sua própria imagem de bom professor. O professor espera que os alunos satisfaçam seus (do professor) ideais narcísicos. Por outro lado, os alunos também esperam do professor a realização de seus (dos alunos) ideais narcísicos. A confusão então está armada, sobretudo em classes com adolescentes. Haverá paralisação ou barbárie, no mínimo, problemas nas relações professor-aluno.

A educação narcísica instala processos de servidão, tirania, impotência, revolta, tanto em professores como em alunos; quando não instala uma aparente e sofrível igualdade entre ambos. Neste clima a educação enquanto inscrição do simbólico da cultura não é possível, pois entre professores e alunos está existindo um jogo de busca de satisfações imediatas; um jogo preso no imaginário, um jogo de imagens no espelho.

O compromisso do professor é com a cultura que mediatiza a relação entre os dois. Se é o simbólico da cultura que mediatiza a relação entre professor e aluno, é nela que ambos estão remetidos enquanto sujeitos desejantes; ou seja, em falta (castração), para inscreverem seu desejo nas construções que dela puderem extrair, reconstruindo a própria cultura e a si próprios como sujeitos desejantes.

O professor como sujeito do desejo inscrito na falta - não saber (castração) -, ao estar em contato com o conhecimento-cultura, elabora sobre este um discurso suposto saber no qual inscreve seu desejo em sua maneira de interpretar e transmitir um conteúdo. Este conteúdo transmitido está posto como significante para que o aluno elabore com ele (enquanto significante) novos sentidos, interpretando-o; e desse modo inscreva o seu desejo (falta, não saber), na construção de um discurso suposto saber (sobre seu desejo). Na medida em que a relação entre dois for mediatizada, cortada, atravessada pela cultura-conhecimento, ambos podem elaborar seus discursos de suposto saber, dado que o Saber - Conhecimento como Verdade, Certeza, é inacessível, está recalcado (inconsciente). Possível é a construção de um discurso suposto saber sobre o conhecimento, sempre emergente, acompanhando a emergência do sujeito no discurso, discurso este que manifesta e expressa o desejo (inconsciente) do sujeito.

A cultura-conhecimento se apresenta ao sujeito como possibilidade de traços identificatórios na qual o narcisismo que contém o traço unário de representação do sujeito, ou seja, o significante que representa o sujeito (S1), não precise se fechar em SI MESMO, mas possa se inscrever de diferentes e variadas formas (S2), produzindo relações, e nelas criando e recriando o sujeito do desejo em seus movimentos, bem como a própria cultura.

A Cultura-conhecimento (Outro) se apresenta assim como o fio no qual o sujeito está dependurado e pode se posicionar para fazer seus movimentos se inscrevendo como sujeito do desejo ao inscrevê-los na cultura, e assim reescrever a própria cultura em seus movimentos criativos. O transmitido contém insígnias, significantes, de modo que o sujeito possa transformá-los em significantes outros, produzindo sentidos para si, representando seu desejo.

A relação do conhecimento-cultura mediatizando professor e aluno, impedindo a relação fechada entre dois na qual a educação está implicada, não é outra coisa senão a marca da castração (falta) que constitui o sujeito do desejo. Castração que impede o desejo incestuoso e perverso (em direção à mãe) e dirige o sujeito para um campo Outro-cultura - conhecimento civilização -, onde um quanto de satisfação é possível, transformando a pulsão sexual em pulsão de saber. O objeto de conhecimento se constitui assim como objeto de desejo, e porque pode ser desejado pode ser conhecido como discurso de suposto saber.


BIBLIOGRAFIA

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MELMAN, CHARLES “Haveria uma Questão Particular do Pai na Adolescência?”, em
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PENOT, BERNARD “ A Importância da Noção de Adolescência para uma Concepção Psicanalítica de Sujeito”, na revista supra citada, pgs.31-40


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